monica mansur
CCJF RJ
Centro Cultural da Justiça Federal
Panoramas Imaginários
2014
Ao produzir um híbrido entre esses dois modelos de visibilidade – a câmera escura e o panorama –, os corpos-imagens das cidades e dos espectadores interagem por diversos modos de aproximação e afastamento, por sensibilidades filtradas e expandidas pelo olho-agulha-corpo-passagem da artista. Afinal, as fotografias são emanações luminosas do corpo da cidade e de sua paisagem impressas em películas fotossensíveis. Uma contiguidade física que a torna rastro e vestígio daquelas cidades: camadas de corpos urbanos revelados pelo movimento da luz. O corpo fotográfico, os corpos das cidades, no corpo arquitetônico da sala expositiva acionam diversos gatilhos, operam sob a tensão entre a imersão imaginária nas cidades e sua impossibilidade. O espectador em movimento tanto se percebe como corpo-imagem entre imagens, corpos, fragmentos – pequenos vislumbres das distâncias e das paisagens –, como as reinventa infinitamente. Ali, não é apenas o flâneur entre cidades imaginadas ou reais, é também seu viajante perdido.
Marisa Flórido Cesar - 2014