monica mansur
Galeria Tempo RJ
Preto Branco
2012
Na transição e no confronto entre claro e escuro, branco e preto, Tavares e Mansur evocam o sublime, exploram a paisagem como experiência de distanciamento da evidência da fotografia. Mansur captura, com câmera pinhole, enquadramentos deslocados da mesma vereda. Simula, com a apresentação simultânea, a imagem estereoscópica e ‘realiza’, em seu difuso abandono, considerações sobre o sublime.
Como a sombra está na luz, o movimento está no repouso. Trilhas abertas em Branco e a profundidade de Preto entrecruzam-se. Os dois percursos aqui justapostos investigam poéticas da ausência e da distância. Ambas vislumbram o limiar entre a finitude e o ilimitado que o olhar quer alcançar. Nessa atividade que integra o real e o imaginário, Tavares e Mansur perseguem, para além da imagem, um tempo que escapa. Rondam certos limiares da condição humana como se percorressem a borda de uma cratera na qual não se pode penetrar.
Luiza Interlenghi