
monica mansur
Centro Cultural PUC RJ
Paisagens Cristais
2006
Faça de conta que o que você vê é o mergulho da sereia, o ninho da serpente, o rastro do vento, a cauda da nuvem ou, quem sabe, o coração do tempo... Diante das imagens de Monica Mansur, a imaginação surge como uma espécie de química reveladora de “paisagens invisíveis” sobre a sutileza acrílica de seus suportes. E, como limite diáfano que nos separa, transparece o que delas nos avizinha: a fronteira entre o real e o imaginário. Olhando-as, o espectador parece não ver o que vê, mas aquilo que não vê, ou seja, ele vê o que quer ver! Afinal, por que buscar fidelidade ao real num mundo onde a ‘reprodutibilidade’ cotidiana tangencia inverossimilhanças ‘técnicas’? Para que pensar em credibilidade se, hoje, até a fotografia – documento por excelência – já deixou de ser fiável?
Sonia Salcedo Del Castillo