monica mansur
Galeria Candido Portinari UERJ
Paisagens Cristais
e outras Aparições
2005
Noto o uso acentuado do acrílico, do espelho e da luz que se expande. Essa escolha se dá pelos atributos que esses materiais contém, de transparência, de multiplicação de imagens, apropriação de novos espaços?
Como já disse, aquilo que está por trás da aparência é o que me interessa: a possibilidade do pensamento ser atiçado, provocado pela situação de arte estabelecida com o trabalho. Assim, além dos espelhos, trabalho muito com transparência, onde apresento luz e sombra, sugestões fantasmas, sobreposições e projeções, na busca da visualidade ideal para um pensamento.
O uso destes materiais torna meu trabalho leve, volátil, fluido, o que acontece também na sua utilização parcimoniosa, onde aparece pouco a cor, como você anteriormente apontou. Novamente afirmo que estas características não são propositais, elas acontecem no trabalho e solucionam-se por si mesmas. É engraçado, mas demorei muito para perceber racionalmente certas presenças freqüentes e reincidentes na minha obra (não gosto do termo, mas só encontro este para definir o total da minha produção).
Extraído da entrevista a Lia do Rio, parte do catálogo da mostra.